Mergulho de Matriz: Processo de Formação de Cavidade de Precisão na Fabricação de Ferramentas e Matrizes
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Definição e Conceito Básico
A usinagem por afundamento de matriz é um processo de usinagem especializado usado para criar cavidades em blocos de metal (matrizes) que serão posteriormente utilizados para formar ou moldar outros materiais através de processos como forjamento, moldagem ou fundição sob pressão. O processo envolve a remoção de material de um bloco de metal para criar uma impressão negativa da forma da peça desejada.
A usinagem por afundamento de matriz representa uma tecnologia fundamental crítica nas indústrias de manufatura, particularmente na fabricação de ferramentas para produção em massa. A precisão e a qualidade da matriz influenciam diretamente a precisão dimensional e o acabamento superficial de todas as peças produzidas posteriormente com essa matriz.
Dentro do campo mais amplo da metalurgia, a usinagem por afundamento de matriz está na interseção da metalurgia do aço para ferramentas, usinagem de precisão e design de processos de manufatura. As propriedades metalúrgicas do material da matriz devem ser cuidadosamente selecionadas e controladas para suportar as extremas tensões mecânicas e térmicas encontradas durante as operações de produção.
Natureza Física e Fundamento Teórico
Mecanismo Físico
No nível microestrutural, a usinagem por afundamento de matriz envolve a remoção controlada de material através de processos mecânicos, elétricos ou químicos que perturbam as ligações atômicas na peça de trabalho. O processo cria uma nova topografia de superfície ao remover seletivamente átomos do material pai de acordo com a forma da cavidade desejada.
O mecanismo de remoção de material varia de acordo com o método específico de usinagem por afundamento de matriz empregado. Na usinagem convencional, ferramentas de corte fisicamente cortam o material. Na usinagem por descarga elétrica (EDM), o material é removido através de fusão e vaporização localizadas causadas por descargas elétricas entre um eletrodo e a peça de trabalho.
A superfície da cavidade resultante exibe alterações microestruturais características, incluindo estruturas de grão alteradas, camadas recast ou zonas afetadas pelo calor, dependendo do método de usinagem por afundamento de matriz utilizado. Essas características microestruturais podem influenciar significativamente o desempenho e a longevidade da matriz final.
Modelos Teóricos
O principal modelo teórico para processos de usinagem por afundamento de matriz é o modelo de taxa de remoção de material (MRR), que descreve o volume de material removido por unidade de tempo como uma função dos parâmetros do processo. Este modelo varia significativamente entre usinagem convencional e processos não tradicionais como EDM.
Historicamente, a usinagem por afundamento de matriz dependia do conhecimento empírico até meados do século XX, quando a compreensão científica dos mecanismos de remoção de material começou a se desenvolver. O advento do controle numérico na década de 1950 e do controle numérico computadorizado (CNC) na década de 1970 revolucionou a precisão e a repetibilidade das operações de usinagem por afundamento de matriz.
Diferentes abordagens teóricas existem para modelar vários métodos de usinagem por afundamento de matriz. A usinagem convencional utiliza modelos de mecânica de corte baseados em deformação por cisalhamento, enquanto os processos de EDM empregam modelos térmicos que consideram a formação de canais de plasma, fusão de material e dinâmica de evacuação de detritos.
Base da Ciência dos Materiais
O desempenho da usinagem por afundamento de matriz está diretamente relacionado à estrutura cristalina dos materiais da ferramenta e da peça de trabalho. Nos aços para ferramentas, a distribuição e a morfologia dos carbonetos dentro da matriz afetam significativamente as características de usinagem e a qualidade do acabamento superficial resultante.
A microestrutura do material da matriz determina sua usinabilidade, resistência ao desgaste e estabilidade térmica. Aços para ferramentas devidamente tratados termicamente com distribuição uniforme de carbonetos geralmente proporcionam desempenho ideal para aplicações de matriz, equilibrando dureza com resistência suficiente.
Os princípios fundamentais da ciência dos materiais de transformações de fase, endurecimento por precipitação e endurecimento por deformação são aproveitados para desenvolver materiais de matriz que podem suportar as condições extremas dos ambientes de produção, mantendo a estabilidade dimensional e a integridade superficial.
Expressão Matemática e Métodos de Cálculo
Fórmula de Definição Básica
Para a usinagem convencional por afundamento de matriz, a taxa de remoção de material (MRR) é definida como:
$$MRR = v_f \cdot a_p \cdot a_e$$
Onde $v_f$ é a taxa de avanço (mm/min), $a_p$ é a profundidade de corte axial (mm) e $a_e$ é a profundidade de corte radial (mm).
Fórmulas de Cálculo Relacionadas
Para a usinagem por afundamento de matriz EDM, a taxa de remoção de material segue uma relação diferente:
$$MRR_{EDM} = K \cdot I^a \cdot T_{on}^b \cdot T_{off}^c$$
Onde $I$ é a corrente de descarga (amperes), $T_{on}$ é o tempo de pulso ligado (μs), $T_{off}$ é o tempo de pulso desligado (μs), e $K$, $a$, $b$ e $c$ são constantes determinadas empiricamente específicas para a combinação de material da peça de trabalho-eletrodo.
A rugosidade da superfície (Ra) na usinagem por afundamento de matriz EDM pode ser estimada por:
$$Ra = C \cdot I^m \cdot T_{on}^n$$
Onde $C$, $m$ e $n$ são constantes empíricas determinadas através de experimentação.
Condições Aplicáveis e Limitações
Essas fórmulas são válidas sob condições de usinagem estáveis com resfriamento e lavagem adequados. Elas assumem propriedades homogêneas do material da peça de trabalho e desempenho consistente da ferramenta.
As fórmulas de EDM têm limitações quando aplicadas a geometrias complexas onde as condições de lavagem variam ao longo da cavidade. Elas também se tornam menos precisas ao trabalhar com materiais avançados que possuem propriedades elétricas ou térmicas altamente variáveis.
Esses modelos matemáticos assumem condições ideais e não levam em conta o desgaste da ferramenta, vibração da máquina ou distorção térmica, que podem impactar significativamente o desempenho real em ambientes de produção.
Métodos de Medição e Caracterização
Especificações de Teste Padrão
- ASTM B946: Método de Teste Padrão para Acabamento Superficial de Produtos de Metalurgia do Pó
- ISO 1302: Especificações Geométricas de Produtos (GPS) - Indicação da textura da superfície
- DIN 8580: Processos de fabricação - Termos e definições, divisão
- JIS B 0031: Desenhos técnicos - Símbolos de textura de superfície
Cada padrão fornece diretrizes para medir e avaliar as características de superfície de cavidades usinadas, incluindo parâmetros de rugosidade, ondulação e padrões de disposição.
Equipamentos e Princípios de Teste
Equipamentos comuns para medição de cavidades de matriz incluem máquinas de medição por coordenadas (CMMs) que usam sondas táteis ou sistemas ópticos para mapear a geometria tridimensional da cavidade com alta precisão.
Perfilômetros de superfície empregam métodos baseados em estiletes ou ópticos para quantificar parâmetros de rugosidade superficial, traçando os picos e vales microscópicos da superfície usinada. Essas medições fornecem dados críticos sobre o desempenho funcional da matriz.
A caracterização avançada pode empregar microscopia eletrônica de varredura (SEM) para examinar as características microestruturais da superfície da cavidade, particularmente importante para processos EDM onde camadas recast e zonas afetadas pelo calor podem impactar o desempenho da matriz.
Requisitos de Amostra
A inspeção padrão requer que a matriz seja completamente limpa de todos os fluidos de corte, dielétrico EDM ou detritos. Contaminantes na superfície podem distorcer significativamente os resultados das medições.
A preparação da superfície geralmente envolve limpeza ultrassônica em solventes apropriados, seguida de secagem com ar comprimido filtrado para evitar a introdução de artefatos na medição.
Para exame microscópico, pequenas amostras podem ser seccionadas de peças de teste usinadas sob condições id