Matriz (para Fundição): Ferramenta Essencial na Produção de Aço e Processos de Fundição
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Definição e Conceito Básico
Um molde para fundição na indústria do aço é um recipiente ou cavidade especializada usada para moldar o aço fundido em formas desejadas durante o processo de solidificação primária. Ele serve como o ambiente inicial de solidificação, fornecendo a forma, dimensões e acabamento superficial do produto fundido. O propósito fundamental do molde é facilitar o resfriamento e a solidificação controlados do aço líquido, garantindo a formação de lingotes, tarugos, flores ou outras formas semi-acabadas sem defeitos e dimensionalmente precisas.
Dentro do processo geral de fabricação de aço, os moldes estão posicionados imediatamente a jusante da panela de aço ou do tundish, onde o aço fundido é transferido dos vasos de refino primário. O processo de fundição envolve o despejo ou a ladagem do aço fundido no molde, onde ele esfria e solidifica. Esta etapa é crítica para estabelecer a microestrutura inicial e as propriedades mecânicas do produto final de aço.
Projeto Técnico e Operação
Tecnologia Central
O princípio de engenharia central por trás dos moldes de fundição de aço é a transferência de calor controlada do aço fundido para o material do molde, que governa o processo de solidificação. O molde deve absorver calor de forma eficiente para promover um resfriamento uniforme, enquanto previne defeitos como rachaduras ou segregação.
Os principais componentes tecnológicos incluem a cavidade do molde, material do molde, sistemas de resfriamento e camadas de isolamento. A cavidade define a forma do produto fundido e é frequentemente feita de materiais refratários ou aço. Sistemas de resfriamento, como canais de água ou sistemas de pulverização, regulam a taxa de extração de calor, enquanto camadas de isolamento minimizam a perda de calor e controlam a velocidade de solidificação.
Os principais mecanismos operacionais envolvem o despejo de aço fundido na cavidade do molde, iniciando a transferência de calor e gerenciando a frente de solidificação. O fluxo de aço fundido deve ser cuidadosamente controlado para evitar turbulência, que pode causar inclusões ou defeitos na superfície. À medida que o aço esfria, ele transita de líquido para sólido, formando a microestrutura inicial que influencia o processamento subsequente.
Parâmetros do Processo
As variáveis críticas do processo incluem temperatura do molde, temperatura de despejo, taxa de resfriamento e propriedades do material do molde. As temperaturas típicas de despejo para o aço variam de 1.600°C a 1.650°C, dependendo do grau de aço e do método de fundição. As temperaturas do molde são geralmente mantidas entre 50°C e 200°C para otimizar a solidificação e a qualidade da superfície.
A taxa de resfriamento afeta diretamente o tamanho do grão, a microestrutura e a formação de defeitos. O resfriamento mais rápido resulta em microestruturas mais finas, mas arrisca tensões térmicas, enquanto o resfriamento mais lento promove grãos mais grossos. A taxa de extração de calor é controlada por meio de canais de resfriamento com água, sistemas de pulverização ou modificações no design do molde.
Sistemas de controle empregam termopares, sensores infravermelhos e monitoramento baseado em computador para rastrear perfis de temperatura em tempo real. Laços de feedback automatizados ajustam a intensidade do resfriamento e os parâmetros de despejo para manter condições ideais, garantindo qualidade consistente do produto.
Configuração do Equipamento
Instalações típicas de moldes consistem em um molde de aço revestido com material refratário ou um molde de cobre resfriado a água, dependendo do processo de fundição. Moldes de fundição contínua são moldes de cobre alongados e resfriados a água com dimensões ajustáveis, frequentemente variando de 150 mm a 300 mm de largura e 200 mm a 600 mm de altura.
As variações incluem moldes verticais, horizontais e curvados, cada um adequado para métodos de fundição específicos, como fundição contínua ou fundição de lingotes. Com o tempo, os designs de moldes evoluíram para incorporar canais de resfriamento avançados, revestimentos cerâmicos e agitação eletromagnética para melhorar a transferência de calor e a qualidade da superfície.
Sistemas auxiliares incluem bicos de pulverização de molde, bombas de circulação de água de resfriamento e equipamentos de manutenção de revestimento refratário. Esses sistemas garantem operação estável, previnem o desgaste do molde e facilitam a substituição ou reforma do molde.
Química e Metalurgia do Processo
Reações Químicas
Durante a fundição, as reações químicas primárias são limitadas, mas incluem a oxidação de elementos de liga na superfície do aço, especialmente se a atmosfera não for inerte. A interação entre o aço fundido e os materiais do molde pode levar a reações como formação de carbonetos ou interações escória-metal.
Termodinamicamente, as reações de oxidação são impulsionadas pela atividade do oxigênio no aço e na atmosfera do molde. A cinética depende da temperatura, área de superfície e composição da atmosfera. Por exemplo, o oxigênio pode reagir com elementos como silício, manganês ou alumínio, formando óxidos que podem se tornar inclusões.
Os produtos de reação significativos incluem inclusões de escória, filmes de óxido e detritos de desgaste refratário. Esses subprodutos podem influenciar a qualidade da superfície e a limpeza interna do aço fundido.
Transformações Metalúrgicas
As principais mudanças metalúrgicas durante a fundição envolvem o desenvolvimento microestrutural, como nucleação e crescimento de grãos, transformações de fase e segregação. A taxa de resfriamento influencia se o aço solidifica como ferrita, perlita, bainita ou martensita, dependendo da composição da liga e das condições de resfriamento.
O desenvolvimento microestrutural começa com a nucleação nas paredes do molde e progride para dentro, com a frente de solidificação avançando de forma constante. O resfriamento rápido tende a produzir microestruturas mais finas com maior resistência e tenacidade, enquanto o resfriamento lento pode resultar em grãos mais grossos e potencial segregação.
As transformações de fase durante a solidificação determinam as propriedades mecânicas finais. Por exemplo, a formação de carbonetos ou austenita retida pode ser controlada por meio de parâmetros de resfriamento e adições de liga.
Interações de Materiais
As interações entre o aço fundido e os materiais do molde incluem transferência de calor, reações químicas e desgaste físico. Materiais refratários podem reagir com constituintes do aço, levando à degradação refratária ou formação de inclusões.
As interações escória-metal podem causar contaminação se a escória infiltrar-se no aço ou se inclusões forem geradas na interface. A atmosfera dentro do molde, frequentemente controlada com gases inertes ou vácuo, influencia os níveis de oxidação e contaminação.
Mecanismos para controlar interações indesejadas envolvem o uso de revestimentos protetores nas superfícies do molde, otimização da atmosfera do molde e seleção de materiais refratários com alta resistência à corrosão. Um design e manutenção adequados do molde também minimizam os riscos de contaminação.
Fluxo e Integração do Processo
Materiais de Entrada
Os principais materiais de entrada incluem aço fundido, materiais de revestimento refratário, água de resfriamento e revestimentos de molde. O aço é tipicamente fornecido de uma panela ou tundish com composição química, temperatura e padrões de limpeza especificados.
Os revestimentos refratários devem suportar altas temperaturas e ciclos térmicos, sendo frequentemente compostos de alumina, zircônia ou materiais à base de magnésia. A qualidade do aço de entrada, incluindo níveis de impurezas e conteúdo de inclusões, impacta diretamente o desempenho da fundição e a qualidade do produto final.
O manuseio envolve transferência de panela, operação de tundish e despejo preciso para prevenir turbulência e inclusões. A preparação adequada dos materiais de entrada garante condições de fundição consistentes e reduz as taxas de defeitos.
Sequência do Processo
O processo começa com a transferência do aço fundido da panela para o tundish, que atua como um dispositivo de controle de fluxo. O aço é então despejado na cavidade do molde, iniciando a solidificação.
Durante o despejo, os operadores monitoram a temperatura e a taxa de fluxo, ajustando conforme necessário. A solidificação inicial ocorre nas paredes do molde, com a frente de solidificação progredindo para dentro. O resfriamento contínuo mantém uma taxa de solidificação constante.
Uma vez solidificado, o produto fundido é