Finery: Processo Chave na Fabricação e Refino de Aço Histórico

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Definição e Conceito Básico

Finaria refere-se a um processo histórico de fabricação de aço utilizado principalmente no século 19 e início do século 20 para produzir ferro forjado e, em alguns casos, aço a partir de ferro-gusa. Envolve a oxidação de impurezas como carbono, silício, manganês e fósforo no ferro-gusa através da combustão controlada e sopro de ar, resultando em um produto de ferro mais puro.

Fundamentalmente, o processo de finaria serviu como uma etapa de refino que transformou o ferro-gusa fundido—caracterizado por alto teor de carbono e fragilidade—em ferro forjado maleável, adequado para forjamento e fabricação. Ele desempenhou um papel crucial na cadeia de fabricação de aço ao permitir a conversão do ferro-gusa bruto em uma forma mais refinada e trabalhável antes do processamento adicional em aço ou produtos acabados.

Dentro do fluxo geral de produção de aço, a finaria estava posicionada após a fusão em alto-forno e antes de processos subsequentes como puddling, laminação ou forjamento. Muitas vezes fazia parte de usinas siderúrgicas integradas onde o ferro-gusa era refinado no local para atender a padrões de qualidade específicos para várias aplicações.


Projeto Técnico e Operação

Tecnologia Central

O princípio de engenharia central do processo de finaria é a oxidação de impurezas no ferro-gusa através da combustão em alta temperatura e sopro de ar, o que reduz o carbono e outros elementos de liga. O processo depende de reações de oxidação controladas que removem elementos indesejados, aumentando assim a ductilidade e maleabilidade do ferro.

Os principais componentes tecnológicos incluem um fundo de finaria—um grande recipiente revestido de material refratário projetado para suportar altas temperaturas—e sistemas de sopro de ar que fornecem um fluxo constante de ar pré-aquecido. O fundo é equipado com uma porta de carga para adicionar ferro-gusa e fundentes, e um tuyere ou tubo de sopro para introduzir ar.

Os fluxos de material envolvem carregar ferro-gusa no fundo, em seguida, soprar ar para promover a oxidação. O processo é cuidadosamente monitorado para controlar a temperatura e a taxa de oxidação, garantindo que as impurezas sejam removidas sem perda excessiva de ferro. O ferro fundido é agitado ou misturado para promover a oxidação uniforme, e a escória se forma à medida que as impurezas se combinam com os fundentes.

Parâmetros do Processo

As variáveis críticas do processo incluem:

  • Temperatura: Geralmente mantida entre 1.200°C e 1.400°C para facilitar a oxidação sem desgaste excessivo do refratário.
  • Taxa de fluxo de ar: Normalmente na faixa de 10–20 m³/min por tonelada de ferro-gusa, dependendo do tamanho do fundo e da taxa de oxidação desejada.
  • Tempo de oxidação: Varia de 30 minutos a várias horas, dependendo dos níveis iniciais de impurezas e da pureza desejada.
  • Conteúdo de impurezas: O teor residual de carbono alvo após a finaria é frequentemente abaixo de 0,1%, com silício e fósforo também significativamente reduzidos.

Esses parâmetros influenciam a ductilidade, resistência e qualidade da superfície do produto final. O controle preciso é alcançado através de sistemas automatizados que monitoram a temperatura, os níveis de oxigênio e a composição da escória.

Configuração do Equipamento

Um forno de finaria típico é um grande recipiente vertical revestido de material refratário com capacidade variando de algumas toneladas a mais de 20 toneladas por lote. O fundo é circular ou retangular, com um mecanismo de inclinação para remoção de escória e vazamento.

As variações de design incluem fornos de finaria horizontais usados historicamente, e fornos verticais ou inclináveis em adaptações posteriores. Com o tempo, os materiais refratários evoluíram de tijolos de argila refratária básicos para compósitos avançados à base de alumina para suportar temperaturas mais altas e maior vida útil.

Sistemas auxiliares incluem unidades de pré-aquecimento para ar, equipamentos de manuseio de escória e sistemas de extração de poeira para controlar emissões. Adaptações modernas podem incorporar carregamento mecanizado e sistemas de controle automatizados para melhorar a eficiência.


Química e Metalurgia do Processo

Reações Químicas

As principais reações químicas envolvem a oxidação de carbono e outras impurezas:

  • Oxidação do carbono:
    ( \text{C} + \text{O}_2 \rightarrow \text{CO}_2 )
    ou oxidação parcial formando CO.

  • Oxidação do silício:
    ( \text{Si} + \text{O}_2 \rightarrow \text{SiO}_2 ) (escória de sílica)

  • Remoção de fósforo:
    O fósforo tende a oxidar e se combinar com fundentes para formar escória.

  • Oxidação do manganês:
    ( \text{Mn} + \text{O}_2 \rightarrow \text{MnO}_2 )

Termodinamicamente, essas reações são favorecidas em altas temperaturas, com a pressão parcial de oxigênio controlando a extensão da remoção de impurezas. A cinética depende da temperatura, concentração de impurezas e agitação.

Os produtos da reação incluem escória rica em sílica, fosfatos e outros óxidos, e uma fase de ferro refinado com níveis reduzidos de impurezas.

Transformações Metalúrgicas

Durante a finaria, a microestrutura do ferro se transforma de um ferro-gusa frágil para um ferro forjado mais dúctil e fibroso. O processo reduz o teor de carbono de aproximadamente 3–4% no ferro-gusa para abaixo de 0,1%, levando a mudanças metalúrgicas significativas.

Microestruturalmente, o ferro se torna predominantemente ferrítico com uma estrutura fina e fibrosa que confere resistência e maleabilidade. As transformações de fase envolvem a dissolução de cementita e a formação de uma matriz ferrítica quase pura.

Essas transformações melhoram as propriedades mecânicas, como resistência à tração e ductilidade, tornando o material adequado para forjamento, moldagem e processos adicionais de fabricação de aço.

Interações de Materiais

Interações entre ferro fundido, escória e revestimento refratário são críticas. A escória atua como um meio para a remoção de impurezas, mas também pode levar à corrosão do refratário se não for gerenciada adequadamente.

A contaminação pode ocorrer através da erosão do refratário ou reações escória-metal, introduzindo elementos indesejados no ferro. Para controlar essas interações, são utilizados refratários de alta qualidade e resistência à corrosão, e os parâmetros do processo são otimizados para minimizar o desgaste do refratário.

O controle atmosférico também é essencial; excesso de oxigênio ou umidade pode causar oxidação do revestimento refratário ou introduzir defeitos no produto final.


Fluxo e Integração do Processo

Materiais de Entrada

O principal insumo é ferro-gusa, tipicamente com um teor de carbono de 3–4%, níveis de silício, manganês, fósforo e enxofre conforme a produção do alto-forno. Fundentes adicionais, como calcário ou dolomita, são adicionados para facilitar a formação de escória.

A preparação do material envolve garantir que o ferro-gusa esteja livre de grandes impurezas e esteja na temperatura apropriada antes da carga. O manuseio inclui transporte via conchas ou caçambas, com controle cuidadoso para evitar contaminação.

A qualidade da entrada afeta diretamente a eficiência do processo; altos níveis de impurezas requerem tempos de oxidação mais longos e podem resultar em ferro forjado de menor qualidade.

Sequência do Processo

O processo de finaria começa com carga de ferro-gusa no fundo. O forno

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